segunda-feira, 10 de março de 2014

Entrevista: presidente do IPE, Valter Morigi, fala sobre projetos de mudança no plano

Em entrevista à Zero Hora, Valter Morigi fala sobre a viabilidade das propostas de inclusão de pais no IPE-Saúde que tramitam na Assembleia Legislativa, uma do deputado Paulo Odone Ribeiro e outra do Governo do Estado, como já noticiado aqui no Blog.
Confira:
Presidente do IPE afirma necessidade de contribuição
"Não sabemos se ficará acessível"
O presidente do IPE, Valter Morigi, garante que a rede tem capacidade para suportar novos segurados, desde que cada inclusão esteja acompanhada de contrapartida.
Zero Hora — Como o senhor avalia a possibilidade de ampliação de beneficiários do IPE-Saúde?
Valter Morigi - Encaminhamos esse projeto a pedido do governo, que prevê a ampliação mediante o cálculo atuarial, o que significa que podemos ter acréscimo de beneficiários, mas precisamos ter contrapartida financeira. Todo novo ingresso com uma nova contribuição financeira. O projeto do Odone não prevê contrapartida.
ZH — Prevê contrapartida de quem recebe acima de R$ 4,4 mil.
Morigi - Mesmo no projeto dele não temos dados concretos para avaliar qual é o universo de pais.
ZH — Mas esse dado, sobre o tamanho da demanda, não é importante também para o governo?
Morigi — No projeto do governo, toda entrada de segurado é feita com cálculo atuarial individual. Então, não importa. Para dimensionarmos o que seria a questão financeira no projeto dele, precisaríamos ter esse dado.
ZH — São comuns queixas de que a rede do IPE-Saúde já está esgotada. Há capacidade de ampliação?
Morigi - Temos na rede 7.665 médicos, 304 hospitais, 530 clínicas e 592 laboratórios. São mais de 9 mil instrumentos de atendimento.
ZH — Sem saber qual é o montante de pais e mães que podem ingressar, não é arriscado dizer que a rede ainda tem capacidade?
Morigi - Partimos do pressuposto de que hoje eles já são atendidos, senão na mesma rede, em algum local. O médico que é credenciado conosco, atende SUS, Unimed, talvez essa pessoa que viria a ser nova segurada já esteja sendo atendida no mesmo local.
ZH — O governo não corre o risco de aprovar o projeto e depois descobrir que não tem como atender?
Morigi — A expectativa é de que com o cálculo atuarial os ingressos não serão uma enxurrada. Será feito cálculo individual, e não sabemos se o valor de contribuição ficará acessível. Hoje, nos planos privados, o atendimento para pessoas de mais idade tem a contribuição mais elevada. Peguemos o caso de um PM ou professor que hoje contribui com R$ 30, R$ 40. Digamos que, para o pai, a contribuição fique como a de um dos planos da Unimed, que cobra R$ 200 por pessoa. Ele talvez não tenha condições de colocar o pai como dependente.
Entrevista veiculada na edição impressa de Zero Hora, em 06/03/14.

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