terça-feira, 19 de abril de 2016

Como evitar que as dívidas virem uma bola de neve?

A crise política só piorou a economia

Tenho 27 anos e estou cheio de dívidas. Meu salário vai todo em empréstimos e cartões de crédito. Não sei o que fazer para sair dessa bola de neve. Já pensei em vender o carro, mas ainda está financiado. Mesmo vendendo, ainda ficaria com algumas dívidas e sem o carro. Tem alguma dica sobre como começar a me livrar das dívidas? 
Educador financeiro, o economista Everton Lopes responde: primeiro, é preciso se conscientizar de que você não vem tendo um bom relacionamento com o seu dinheiro. Na hora de consumir, é preciso fazer perguntas básicas e simples para evitar o endividamento: 
1) Eu preciso comprar este bem ou produto que desejo?
2) Tem que ser hoje? 
3) Tenho dinheiro para pagar à vista?
4) Se for com prestações, cabe em meu orçamento? Ou seja, vou poder honrar o pagamento das parcelas?Se você responder sim a todas estas questões, as chances de você cair no endividamento diminuem significativamente. 
Após sair do endividamento, na hora de sair às compras, use os três Ps: Poupe, Pesquise e Pechinche.Sanado o problema do seu relacionamento com o dinheiro, vamos às recomendações para sair do atual endividamento:
1) Tente verificar em casa se você tem algo que possa se desfazer. Sim! Desfaça-se! Pois, com esta ação, você não precisará tomar novos empréstimos.
2) Veja se existe a possibilidade de pedir dinheiro emprestado a amigos e/ou familiares. Mas tome muito cuidado nesta decisão, pois se você não honrar seu compromisso com eles poderá perder o amigo ou ficar de mal com um familiar.
3) Se nenhuma dessas alternativas for possível, e você não estiver negativado, procure seu banco e proponha uma "renegociação das suas dívidas". Pois nem o banco nem você vão querer perder um ao outro, você não acha? Mas veja bem: é preciso que você alongue o prazo de pagamento com uma taxa atrativa. Ou seja, bem menor do que os juros que você vem pagando atualmente em suas dívidas. Isto chamamos de "Consolidação das Dívidas".
4) Por último, caso você esteja negativado e sem margem para negociação em seu banco, a saída é procurar seu advogado. Boa sorte!E a coluna Acerto de Contas acrescenta: A conta do orçamento é simples: o dinheiro que entra tem que ser, no mínimo, igual ao que sai no mês. Maior, de preferência. Então, tente também buscar uma renda extra. Trabalhar bastante, pelo menos, até sair da situação de forte endividamento e inadimplência.
Impeachment não é solução para a economia
O impeachment passar na Câmara dos Deputados não foi a solução para a economia. Muita calma aí. Ainda tem um processo pela frente e nem se sabe que governo teremos, caso o impeachment realmente ocorra. O vice-presidente, Michel Temer, pode assumir ou pode também ser retirado do governo. E, caso se torne presidente, ainda não se sabe como serão os ministérios e como o novo governo lidaria com as políticas econômicas.
A crise política só piorou as coisas, mas a economia já vinha recuando. Simplificando bastante: o governo gasta mais do que recebe e gasta mal. Ou seja, por isso, são necessárias as tais medidas de ajuste fiscal.
Cautela 
Cautela também é a recomendação do educador financeiro Everton Lopes:
– O momento é difícil e requer muita cautela quando falamos do orçamento doméstico. E, neste momento, é importante comprar o essencialmente necessário, evitando endividar-se. E, se for inevitável, faça-o com o menor número de parcelas possível, evitando também o uso do cheque especial e ter saldo a pagar no cartão de crédito. A economia tende a seguir pisando no freio. Empresas vão esperar sinalizações mais concretas para investir, o que influencia diretamente no mercado de trabalho e na renda dos brasileiros.
Luz mais barata
Alívio no bolso. A tarifa de energia elétrica deve cair também para RGE e Ceee. Veja ao lado as previsões da TR Soluções para as contas residenciais. Na segunda-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou reajuste de -0,34% nas tarifas da AES Sul. A redução passa a vigorar em 19 de abril.
Comprando escondido
Três em cada dez pessoas escondem do companheiro algum gasto com compras que fazem no mês. É um comportamento verificado até mesmo entre quem diz compartilhar informações sobre todas as contas fixas que pagam. Veja mais detalhes da pesquisa do SPC Brasil:
Gastos mais omitidos
- Roupas (62%)
- Calçados (60%)
- Maquiagem, perfume e cremes (49%)
- Carro e moto (24%)
- Jogos (23%)
- Cigarro e bebidas (15%)

E o que fazem para esconder os gastos?
- Pagam com dinheiro (27%).
- Não deixam o cônjuge ver a fatura do cartão de crédito e/ou extrato da conta corrente (16%).
- Chegam em casa antes do companheiro para guardar as compras sem que ele veja (14%). 

Dica da coluna: em vez de esconder, que tal os casais terem uma quantia fixa para cada um gastar com compras extras no mês? Assim, evitam uma crise de confiança.
Crise pior para os mais velhos
Em 2015, ano de acirramento da crise econômica, a taxa de desemprego cresceu mais entre homens e mulheres com mais de 50 anos. Foi um aumento de quase 90% no indicador da Região Metropolitana.Foi diferente de outras crises, observa o pesquisador da Fundação de Economia e Estatística, Jorge Verlindo: 
– Os jovens eram os mais atingidos. Chefes de família também foram os que mais sofreram. O desemprego cresceu 79% entre pessoas com esta posição dentro de casa. Isso influencia a taxa de desemprego, porque ela é calculada em cima de quem está procurando emprego. Quando o chefe da família fica desempregado, ele tenta recolocação e outras pessoas da família também passam a buscar trabalho.
Com relação ao nível de escolaridade, a elevação do desemprego foi maior para pessoas com ensino fundamental incompleto e entre aqueles com o ensino superior completo. 
Pílulas da Justiça
Pesquisa da situação financeira A Justiça de Porto Alegre considerou discriminatória a conduta e condenou uma empresa por pesquisar a situação financeira de candidatos a vagas de emprego. A Transportes Gabardo consultava bancos de dados públicos e privados. Se fizer de novo, a empresa terá que pagar multa de R$ 10 mil a cada caso verificado. 
Também foi condenada a pagar R$ 50 mil como indenização pelos danos morais coletivos. A ação civil pública ressalta: gera um círculo vicioso porque o emprego é negado justamente a quem mais precisa de trabalho. Entre as provas, havia um ofício da Serasa que confirmou consultas.

Por Giane Guerra / Diário Gaúcho

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