domingo, 21 de março de 2021

Nota de Repúdio

 

Mais uma vez as entidades de classe que representam importantes segmentos de TRABALHADORES que atuam no setor público se mobilizam para rechaçar opiniões levianas e posicionamentos infundados. Desta vez, vindos de um órgão de imprensa, setor fundamental para a democracia quando alinhado ao dever sagrado de primar unicamente pela verdade.

O Sindicato dos Municipários de São Borja – SIMUSB, entidade legítima de representação dos Servidores Públicos Municipais, não poderia se calar diante de tão rasteiro ataque e se soma às outras dezenas de entidades que repudiam a opinião da Folha de São Borja deste sábado, 20/03, estampada em sua página 2, coluna “Gente e Política”, e amplamente difundida em redes sociais desde então.

Afirma o editor, sem qualquer constrangimento, que “a maioria das pessoas que apoiam o fechamento do comércio são funcionários públicos”, sem citar a fonte deste levantamento ou quais foram os dados que embasaram tal afirmativa, ao que nos resta concluir que a “opinião” do jornal reflete o achismo descabido, inoportuno e eivado de um preconceito que felizmente já habita em poucas mentes emboloradas.

Continua o redator em seu raciocínio(!) afirmando que “para se fazer justiça – e economia -, os salários desses funcionários públicos que estão sem trabalhar deveriam ser cortados”. Mais uma vez a desinformação sobre a atual realidade dos serviços públicos é algo embaraçoso para quem enfrenta as agruras diárias pelas quais passam os trabalhadores a serviço da população.

Citando apenas os serviços públicos municipais, NENHUM Servidor está apenas em casa, esperando o salário cair na conta ao final do mês sem prestar seu quinhão de sacrifício e empenho. Mesmo em home office, modelo de trabalho imposto pela pandemia que assola o país há mais de um ano, as obrigações profissionais continuam sendo cumpridas pelos poucos profissionais cujas atribuições podem ser cumpridas nesse formato.

A maioria segue correndo riscos ao se submeter diariamente às exposições que oferecem perigo a qualquer um, seja ele trabalhador do comércio, da indústria, de bares, de restaurantes, estudante ou... Servidor Público!

 Outra decepção – esta já costumeira – parte justamente de quem deveria ser um líder em um momento trágico para toda a coletividade: o prefeito municipal. Deveria ser o primeiro a defender seus subordinados, conhecedor que é da realidade do funcionalismo. Ao invés disso, prefere fazer média com o empresariado local e manter-se totalmente leniente aos ataques aos Servidores. Prefere o conforto dos discursos que agradam aos grandes a se posicionar como um Chefe de Poder, ignorando - deliberadamente ou não - que os Servidores Públicos são o próprio Poder, alcançando diariamente a toda uma população os serviços que lhe são devidos, sob o comando maior do próprio prefeito.

Os Servidores Públicos Municipais, com baixos salários e ainda vendo sonegado o direito constitucional de reposição inflacionária anual, seguem no seu labor, na linha de frente de combate à pandemia ou em seu apoio. Outros ainda enfrentam uma luta diária para permanecerem incólumes na consecução dos mais variados serviços prestados à sociedade. Afinal, as vias públicas precisam se manterem iluminadas; as calçadas, praças e banheiros públicos precisam se manterem limpos; os veículos do município precisam continuar funcionando; os alunos da rede pública precisam receber materiais, mesmo sem aulas presenciais; a fiscalização, em diversas áreas, segue em atividade; as rotinas administrativas continuam; assim como uma infinidade de outros setores igualmente importantes que não cessaram atividades “apenas porque um vírus mortal está circulando na cidade”.

Causa ainda maior indignação quando se vê deturpado o papel da imprensa, que deve ser eminentemente informativo e sério, dado seu dever social de instruir, elucidar, fomentar a imparcialidade e unir comunidades. Um veículo de comunicação que joga trabalhadores uns contra os outros, insinuando privilégios de alguns setores em detrimento de outros, fazendo ilações maliciosas que levam à desinformação e que sugerem ao senso comum o esfarrapado estereótipo do Servidor Público que não trabalha, merece TOTAL REPÚDIO, razão da publicação desta nota.

Esperamos ainda pela justa e devida retratação da Folha de São Borja pelo que preferimos chamar, inicialmente, de equívoco, embora seu potencial destrutivo e ofensivo a TODOS os Servidores Públicos.

 

Sindicato dos Municipários de São Borja - SIMUSB


2 comentários:

  1. Lamentável a desinformação dos dirigentes desse jornal.

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  2. Prabéns pela nota. Como professor, servidor público federal me senti ofendido moralmente com a referida matéria no jornal. Trabalho tres periodos do dia e respondo duvidas de alunos aos finais de semana pelo whats. Pergunto ao Sr Andres, quem não está trabalhando? Onde está a fonte de sua pesquisa que comprove que os servidores sao a maioria daqueles que apoiam o fechamento do comércio?

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