Em tempos de
pandemia de Covid-19 muitas dificuldades vêm sendo impostas aos brasileiros,
como a grande maioria da população já sente na pele. A retração da economia, a
perda de postos de trabalho, o confinamento das pessoas em casa, a perda de
renda, as atividades paralisadas em empresas - grandes, médias e pequenas - e a
estagnação dos vencimentos do funcionalismo público são apenas alguns exemplos.
A população tem feito verdadeira ginástica para driblar essas dificuldades,
estabelecidas por uma nova realidade, ainda sem previsão de até quando vai
durar.
Entretanto,
um efeito que atinge a todos e que é sentido diariamente nesse contexto de dificuldade
econômica é o custo de alguns produtos nas prateleiras dos supermercados. Houve
disparada dos preços em itens básicos e, em contraste com a escassez de renda
da população, torna o problema ainda mais sério.
Aqui no
município, em análise focada na situação dos Servidores Públicos Municipais,
cujos problemas são intimamente conhecidos pelo Sindicato da categoria, a
situação é delicada por um conjunto de fatores que tem como ponto principal os
baixos salários de expressiva fatia do funcionalismo. A renda baixa acaba
levando o Servidor ao endividamento, o que, a curto, médio e longo prazo, torna
ainda mais minguados os salários com os descontos incidentes na folha de
pagamento.
As ofertas
dos bancos, aparentemente tentadoras por oferecerem “juros baixos”, conseguem
fisgar a maioria, deixando-os com parcela importante dos rendimentos
comprometida por anos. Esse círculo vicioso que, não raras vezes, obriga o
Servidor a buscar novos empréstimos ou renegociações, comprometendo mais uma
parte da chamada margem consignável ou estendendo o compromisso por mais tempo,
torna o funcionário escravo do sistema. Daí a importância da educação
financeira e do planejamento consciente do comprometimento de renda.
Ocorre que,
como é do conhecimento de todos, principalmente dos pais e das mães de família,
em muitas das vezes a necessidade fala mais alto e não há outro planejamento
possível a não ser contrair empréstimos ou novos compromissos. A razão de tudo?
Mais uma vez, os baixos salários e o achatamento dos vencimentos.
Imagine o
colega Servidor, nesse cenário de penúria, uma categoria inteira ficar sem ao
menos a reposição da inflação, que corrói diariamente os já combalidos
numerários do funcionalismo municipal. Pois é justamente este o desafio que o
Prefeito Municipal está impondo para os Municipários, como se já não bastassem
todas as demais dificuldades que sua desastrada gestão vem impondo à força de
trabalho a serviço do Poder Executivo.
Quanto aos
preços dos produtos nos supermercados, muitas têm sido as justificativas do
setor. Entre elas as dificuldades de produção e logística, a maior demanda por
alguns itens já que alguns consumidores estocam os produtos em casa, o maior
consumo nas residências uma vez que as pessoas têm evitado lancherias e
restaurantes, optando por cozinhar em casa, a alta do dólar para produtos que
utilizam matéria prima importada (trigo, por exemplo), etc.
No entanto,
em que pese toda a situação anormal no país, pode estar havendo alguns excessos
ou abusos, tanto de fornecedores quanto de revendedores nesse momento difícil
para todos, não só em supermercados - em gêneros alimentícios, higiene,
limpeza, etc. - como também em farmácias com relação aos itens utilizados na
prevenção do contágio do novo coronavírus, como luvas, máscaras, álcool, etc.
As queixas
são numerosas ao Sindicato que, exercendo seu papel de representante de uma
expressiva e importante categoria de trabalhadores do município, enviou ofício ao
Procon local, cuja diretora é a colega Servidora Katia Cilene Figueredo,
questionando o órgão sobre a anormalidade dos preços praticados na cidade,
solicitando fiscalização nos estabelecimentos e orientações de como proceder quando
o consumidor suspeitar de exorbitâncias nos preços.
Com a
negativa de reposição salarial aos Servidores do Poder Executivo o Sindicato
passará também a atuar em outras frentes, visando resguardar direitos e
auxiliar seus associados em outros atos da vida civil, já que o congelamento de
salários trará ainda mais dificuldades a significativa parcela do funcionalismo
público municipal.
Imagem: Procon fiscaliza supermercado em Goiânia / Prefeitura de Goiânia-GO |
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