Roque Matoso, Jorge Souza e João Carlos Reolon na Rádio Cultura |
No último
sábado, dia 22, foi realizada a segunda entrevista com candidatos a prefeito de
São Borja no programa “A Voz Do Servidor”, pela Rádio Cultura AM. Na
oportunidade, João Carlos Reolon, da coligação “Cresce São Borja”, esteve
presente para expor suas ideias e propostas para as questões mais importantes,
elaboradas pelo SIMUSB, para o funcionalismo municipal.
As questões
são rigorosamente as mesmas para os três candidatos que concorrem ao Executivo,
tendo cada candidato o tempo de até cinco minutos para responder cada questão.
João Carlos
Reolon abriu sua fala saudando os servidores do Município e o SIMUSB pela
oportunidade oferecida.
Sobre o
Plano de Carreira do quadro geral
Reolon afirmou
que seu plano de governo prevê harmonização e entendimento entre as partes
envolvidas nas questões do funcionalismo, não podendo as demandas dos
trabalhadores serem fatores de conflito entre servidores, Município e
Sindicato.
O candidato
apontou o diálogo como forma de encontrar soluções, reconhecendo que há muitas
carências dos funcionários que precisam ser revistas quanto a vários aspectos
de suas carreiras. Evitando o que chama de “promessas vazias” Relon afirmou que
pretende desenvolver ações pautadas pela responsabilidade, respeitar os
servidores e reconhecer o SIMUSB como parte legítima nas negociações e
reivindicações dos funcionários.
Reolon afirmou
ainda que o SIMUSB pode ser um parceiro para colaborar com o Município em
propostas e oferecer melhorias aos servidores, e que receber o Sindicato é um
sinal de respeito a cada servidor do Município, pois a entidade os representa.
Sobre as reposições
O candidato da
coligação “Cresce São Borja” declarou que a Lei (3.800/07) não estabelece o índice
a ser usado para as reposições, mas que os tributos e taxas cobrados pelo
Executivo são corrigidos pelo IGP-M. E que se a comunidade paga seus impostos seguindo
este índice, é justo estabelecer a mesma relação com este indicador para repor
as perdas dos servidores.
Reolon citou a
Lei de Responsabilidade Fiscal (cujo limite de gastos com pessoal é de 54% da
Receita Corrente Líquida do Município) para lembrar que hoje o Executivo
compromete 47% da Receita com servidores, havendo margem para um maior
comprometimento de receitas com os salários dos municipários.
Lembrou ainda
do ex-prefeito Juca que ofereceu números mais animadores para os servidores em
reposições, se comparado com a atual gestão. Comprometeu-se a adotar o IGP-M nas
correções dos vencimentos, considerando o mais justo na relação receitas/despesas.
O candidato afirmou que não pode fazer promessas que possam inviabilizar a
administração pública, mas as reposições dos servidores podem ser mais bem
avaliadas com melhor e mais eficiente gestão dos recursos do Município
Sobre o IPE
Para Reolon não
há nada que impeça, do ponto de vista legal, ao prefeito municipal conceder a
possibilidade do convênio de saúde para todos os servidores, independente de
seu vínculo.
Lembrou a tentativa
do atual prefeito de romper com IPE e firmar convênio com o ISAM Saúde. Segundo
o candidato, tentativa esta frustrada pela ação rápida do Sindicato trazendo a
público esta possibilidade. Citou ainda o parecer solicitado pelo prefeito
municipal (ainda enquanto dirigente da Famurs) sobre a possibilidade de romper
com o IPE e firmar o acordo com ISAM no ano eleitoral.
Reolon
declarou que os serviços de saúde são precários em São Borja, com atraso de
repasses para o Hospital Ivan Goulart e sem investimentos municipais no
hospital. O candidato diz ser necessário um maior respeito com o atendimento à
comunidade na saúde e que o prefeito, quando coloca obstáculos no repasse de
verbas, penaliza a parte mais frágil, que é o povo necessitado.
Reolon lembrou
o episódio das vacinas contra a gripe A, em que centenas de pessoas ficaram
expostas ao frio e chuva aguardando para receber uma dose, sob o risco de
outras enfermidades pelo rigor das condições do tempo naquele momento.
Finalizando a
questão Reolon afirmou que o convênio com o IPE é garantia de atendimento de saúde
de melhor qualidade para esta parcela da comunidade (servidores públicos).
Vale-Alimentação
Hoje o valor
do vale-alimentação é de R$ 230,00 mensais, o que significa dizer que é
praticamente a metade do que recebem os servidores da Câmara de Vereadores.
Para Reolon, prometer dobrar este valor em curto espaço de tempo seria uma
irresponsabilidade, já que representaria uma grande inviabilidade econômica
para o Município. Mas, para o candidato, este valor já sinaliza o desrespeito e
a desvalorização dos servidores do Executivo.
Reolon lembrou
a recente condenação do prefeito pelo Tribunal de Contas do Estado que apontou
irregularidades da atual gestão e afirmou que se tratam de recursos mal
utilizados. Declarou ainda que zelar pelo erário é possibilitar atendimento de
reivindicações, através do cuidado com dinheiro público e sua boa aplicação,
inclusive com o funcionalismo. É assim que pretende recuperar a dignidade e o
prestígio do servidor público municipal.
Cargos em
Comissão - CCs
Sobre os
Cargos em Comissão – CCs na prefeitura, Reolon afirmou que uma forma de
contemplar o servidor público é aproveitar a sua capacitação profissional para
ocupar parte destas vagas na administração. Propõe reduzir em 30% o número de
CCs, hoje considerado excessivo pelo candidato. Lembrou que uma das coligações
opositoras é composta por 12 partidos, todos tendo sua cota para distribuição
posterior de cargos em comissão, o que contribui para o inchaço do número de
cargos comissionados na prefeitura e aumentando despesas para o Município.
Segundo o
candidato, cada Secretaria acaba virando uma mini prefeitura, onde cada partido
a governa, com o Município gastando demasiadamente com cargos muitas vezes
desnecessários, pelo compromisso político que tem com partidos que compõem a
coligação.
Reolou falou
da ineficiência de repartições públicas e da necessidade de dar resposta a uma
comunidade carente, restabelecendo uma nova relação com a comunidade como um
todo.
Exaltou a
experiência do servidor público estatutário a serviço da administração e
criticou o inchaço da máquina pública no gasto demasiado com CCs, com os
recursos advindos dos impostos pagos pela população simplesmente indo pelo
ralo.
Regime
Próprio de Previdência Social - RPPS
Sobre o Regime
Próprio de Previdência Social – RPPS Reolon considera que o passivo do RPPS é
um dos grandes desafios que aguardam o próximo prefeito. E que po isso o
prefeito precisar ter preparo e capacidade para gerir esta situação.
Apontou a
realização de concursos públicos como forma de aumentar a arrecadação do Fundo
e reduzir CCs e contratados, modalidades que hoje contribuem para outro regime
de previdência (INSS). Outra medida lembrada pelo candidato foi o incentivo da
“gratificação de permanência”, mantendo funcionários qualificados na atividade após
atingirem o tempo para aposentadoria, percebendo a gratificação.
Segundo
Reolon, o atual prefeito repassa com atraso a contribuição previdenciária,
agravando ainda mais a situação do Município e do RPPS. Com estas atitudes,
segundo ele, ameaça a vida futura dos servidores quando precisarem se
aposentar.
O candidato
afirmou que vai trabalhar no sentido de buscar medidas para reequilibrar esta
relação com o Fundo, sendo esta mais uma dificuldade que o atual prefeito
deixará para a próxima administração.
Por fim,
Reolon mencionou os R$ 84 mil por mês, R$ 1 milhão por ano, que vão para a
Ordesc e que poderiam ser investidos nas demandas do Município e reafirmou sua
disposição em renovar contrato com a Corsan, asseverando que “água não é
mercadoria, é bem público”.
Finalizando...
Agradeceu a
oportunidade e parabenizou o SIMUSB pela realização do programa de entrevistas.
Lembrou que no dia 27, com transmissão pela Rádio Cultura AM, será realizado na
sede da OAB mais um debate entre candidatos a prefeito de São Borja e convidou
toda a comunidade para acompanhar mais esta importante realização, a partir das
20h.
Reafirmou que
apesar de todas as situações adversas criadas pelo Executivo, é possível
implementar uma política séria de geração de empregos e renda, aumentando com
isso a arrecadação de impostos e aplicando nas carências pontuais do Município,
incluso aí as necessidades do funcionalismo público municipal.
Reolon
encerrou afirmando sua certeza de, se eleito, poder contar com um conjunto de
técnicos e políticos capazes de oferecer um trabalho sério em prol da
comunidade.
No próximo sábado, dia 29, o candidato da coligação "A força da nossa gente" Farelo Almeida encerra a série de entrevistas.
Acompanhe! O programa "A Voz do Servidor" vai ao ar a partir das 13h30min.
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