| Imagem: apublica.org |
O Município
de São Borja distribuiu a todas as Escolas Municipais nesta semana o Memorando
Circular nº 077/025/DP/SMEC, datado de 13/10/25,
que altera o cronograma de férias para os Professores de sua rede de ensino.
Na
prática, o Poder Executivo avisa que para o próximo ano o período de férias do
Magistério Municipal será dividido em duas parcelas. Dos 45 dias a que os
Professores têm direito, serão concedidos 30 dias no mês de janeiro e os outros
15 dias no mês de julho de 2026.
Esta
alteração de pronto preocupou o Sindicato dos Municipários de São Borja –
SIMUSB, visto que as férias foram encurtadas justamente no período em que
historicamente São Borja vem registrando temperaturas extremas. No ano
corrente, o Estado do Rio Grande do Sul chegou a suspender aulas em razão das
altas temperaturas, assim como outros municípios gaúchos.
Visando
antecipar os problemas que a comunidade escolar poderá vir a enfrentar no
início do próximo ano letivo, o SIMUSB protocolou Ofício ao Prefeito Municipal
abordando as consequências da medida de antecipação do retorno às aulas e
requerendo providências para oferecer a correta climatização e ambientes com
conforto térmico adequado para Professores, Servidores e alunos no meio
escolar.
Segundo
apurado pelo Sindicato em visitas aos educandários e através dos relatos de
Professores e demais Servidores da Educação, em várias escolas municipais constata-se
insuficiência e/ou inoperância de sistemas de climatização e ventilação
(ar-condicionado com dimensionamento incorreto e sem manutenção ou ventilação ineficiente).
Verificam-se
também salas expostas à radiação solar direta, sem películas de controle
térmico nas janelas ou sombreamento externo suficiente, o que eleva a
temperatura interna e torna ainda mais ineficiente a climatização/ventilação,
quando existentes.
Outra
preocupação são os bebedouros insuficientes e falta de água potável refrigerada
em quantidade compatível com a demanda de uma comunidade escolar.
Diante do
quadro exposto, o SIMUSB requereu ao Executivo medidas urgentes a fim de preparar
os ambientes adequados para receber Professores, Servidores e alunos já em 1º
de fevereiro do próximo ano, como segue:
a) Instalação
e/ou restabelecimento do funcionamento de sistemas de climatização adequados
(ar-condicionado com dimensionamento compatível à carga térmica e
manutenção/filtros em dia) em salas de aula, salas administrativas e demais
ambientes escolares;
b) Fornecimento
contínuo de água potável refrigerada, com bebedouros em número proporcional à
população escolar, assegurando filas fracionadas para evitar aglomerações;
c) Aplicação
de películas de proteção solar e implementação de sombreamento externo nas
janelas e fachadas com maior insolação;
d) Disponibilização
de ambientes de recuperação térmica climatizados (salas de
descanso/refeitórios) para pausas e intervalos em dias de calor intenso;
e) Realização
de perícia técnica ambiental em todas as escolas, com medição de temperatura,
umidade relativa e Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), e
elaboração de laudo conforme NR-15, definindo prioridades de intervenção;
f)
Implementação de protocolo formal de pausas
programadas e hidratação para alunos, professores e servidores nos dias de
calor extremo, com redução/adiamento de atividades físicas extenuantes;
g) Adequação
do mobiliário e da ergonomia para reduzir a carga fisiológica pelo calor
(disposição das salas, ventilação cruzada, cortinas/persianas térmicas);
h) Elaboração
de plano de contingência para ondas de calor (flexibilização de horários,
previsão de ensino/atividades adaptadas em episódios críticos e comunicação às
famílias);
Como medidas
visando a adoção de protocolos administrativos e de planejamento das ações
necessárias, complementarmente requereu:
a) A
designação de comissão intersetorial (SIMUSB, Secretaria de Educação,
Secretaria de Saúde e setor de Engenharia/Manutenção) para acompanhamento das
adequações;
b) Publicação
de cronograma com marcos, prazos e responsáveis por escola, garantindo
publicidade e controle social;
c) Previsão
orçamentária específica para aquisição, instalação e manutenção dos equipamentos
de climatização e intervenções edilícias necessárias;
d) Emissão
de orientações oficiais às unidades escolares com protocolos de atuação em dias
de calor intenso.
Por fim, a
entidade sindical ressaltou que a manutenção das condições atuais configura risco
à saúde e à dignidade de Servidores e alunos, podendo ensejar responsabilização
do Município por danos decorrentes da omissão.
O SIMUSB
aguarda manifestação e providências antes do início das aulas do próximo ano
letivo, sob pena da adoção das medidas administrativas e judiciais cabíveis.
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